Um diagnóstico de pré-eclâmpsia assusta e pode comprometer o plano do sonhado parto normal. Saiba o que é pré-eclâmpsia, aprenda a identificar os sintomas e quais são os riscos associados para a mãe e o bebê!
O que é pré-eclâmpsia?
A pré-eclâmpsia é uma condição que pode ocorrer durante a gravidez e que envolve alguns problemas com a pressão arterial e outros órgãos do seu corpo. Vamos dividir isso em partes:
Pressão Arterial Elevada
- Durante a gravidez, é normal a pressão arterial aumentar um pouco, mas na pré-eclâmpsia, ela sobe mais do que era esperado nessa fase;
- A pressão alta pode causar problemas para você e para o bebê, então é importante ficarmos de olho nisso.
Proteína na Urina
- Seu corpo normalmente não deveria deixar a proteína passar pela urina, mas na pré-eclâmpsia, isso pode acontecer;
- Essa presença de proteína é um sinal de que seus rins podem não estar funcionando tão bem quanto deveriam;
Inchaço e Ganho de Peso Rápido
- Às vezes, a pré-eclâmpsia pode causar inchaço inesperado nas mãos, rosto ou pernas, que muitas vezes é o primeiro sinal percebido pelas gestantes;
- Se você notar que está ganhando peso muito rápido, especialmente no final da gravidez, isso também pode ser um sinal de pré-eclâmpsia;
Quais são as causas da pré-eclâmpsia?
Embora a causa exata seja desconhecida, a pré-eclâmpsia está relacionada a problemas vasculares na placenta. Isto é, anomalias e alterações que são identificadas nos vasos sanguíneos da placenta, embora os detalhes precisos não sejam completamente compreendidos.
Numa gravidez normal, os vasos sanguíneos na placenta se expandem para fornecer sangue suficiente ao feto em crescimento. Contudo, na pré-eclâmpsia, ocorrem mudanças que afetam negativamente esses vasos sanguíneos. Por exemplo:
Vasoconstrição
Na pré-eclâmpsia, os vasos sanguíneos na placenta podem se contrair ou estreitar, reduzindo o fluxo sanguíneo. Isso pode resultar em menos nutrientes e oxigênio chegando ao feto, afetando seu desenvolvimento.
Inflamação
Pode haver inflamação nos vasos sanguíneos da placenta, tornando-os menos eficientes na entrega de nutrientes essenciais ao feto. A inflamação também pode contribuir para o aumento da pressão arterial.
Dano Endotelial
As células que revestem os vasos sanguíneos (endotélio) podem ser danificadas na pré-eclâmpsia. Esse dano pode levar a um aumento na permeabilidade dos vasos sanguíneos, permitindo a fuga de proteínas na urina, um dos sintomas que ajudam a identificar a pré-eclâmpsia durante a gravidez.
Essas alterações nos vasos sanguíneos placentários podem desencadear uma série de eventos que causam o surgimento dos sintomas característicos da pré-eclâmpsia, como pressão arterial elevada, presença de proteína na urina e complicações potenciais para a mãe e o bebê.
Outros fatores que podem aumentar o risco de pré-eclâmpsia na gravidez são: genética, histórico familiar e condições médicas preexistentes.
Sintomas de pré-eclâmpsia
Além dos sintomas mencionados acima (aumento da pressão arterial, inchaço e ganho de peso rápido e presença de proteína na urina), outros sintomas de pré-eclâmpsia na gestação são:
- Dor abdominal na parte superior: pode ser um sinal de que o fígado está sendo afetado;
- Problemas de visão: tonturas, visão turva, pontos luminosos, sensibilidade à luz;
- Náuseas ou vômitos persistentes: além do habitual enjoo matinal da gravidez.
Vale ressaltar que nem todas as mulheres com pré-eclâmpsia apresentam todos os sintomas, e alguns desses sintomas também podem ocorrer em uma gravidez normal. No entanto, se você notar qualquer um desses sinais e sentir que algo está fora do normal, é importante marcar uma consulta médica para fazer um exame adequado.
Como a pré-eclâmpsia é diagnosticada?
O diagnóstico da pré-eclâmpsia geralmente é feito durante os exames regulares do pré-natal (pressão, exame de sangue e de urina). Para diagnosticar se está ou não com pré-eclâmpsia (ou se corre risco de desenvolver durante a gestação), o médico poderá:
Medir a Pressão Arterial
Durante as consultas pré-natais, o médico medirá regularmente sua pressão arterial. A pré-eclâmpsia é frequentemente associada a um aumento significativo na pressão sanguínea.
Exames de Urina
Os exames de urina podem ser realizados para verificar a presença de proteína na urina, um sinal comum de pré-eclâmpsia.
Exames de Sangue
Testes sanguíneos podem ser realizados para avaliar a função hepática, contagem de plaquetas e outras funções vitais.
Monitoramento dos Sintomas
Se você relatar sintomas como dor abdominal superior, inchaço súbito, ganho de peso rápido, problemas de visão, entre outros, o médico levará esses sintomas em consideração no diagnóstico.
Monitoramento do Bebê
Exames de ultrassonografia podem ser realizados para avaliar o crescimento e o bem-estar do bebê, pois a pré-eclâmpsia pode afetar o fluxo sanguíneo para a placenta.
Quais são os riscos para a mãe e o bebê?
A pré-eclâmpsia pode apresentar riscos significativos para a mãe e o bebê, e a gravidade desses riscos pode variar. Vamos tentar entender que riscos são estes e como eles estão relacionados aos sintomas da pré-eclâmpsia:
Riscos para a Mãe
Danos aos Órgãos
- Por que? A pressão arterial elevada e inflamação podem causar danos aos órgãos, como fígado e rins, aumentando o risco de um quadro de insuficiência renal, problemas hepáticos e complicações graves.
Eclâmpsia (Convulsões)
- Por que?: A eclâmpsia é uma complicação grave da pré-eclâmpsia e pode se manifestar com convulsões,
que são uma emergência médica e podem ser prejudiciais tanto para a mãe quanto para o bebê.
Síndrome HELLP
- Por que? A síndrome HELLP inclui problemas no fígado e contagem baixa de plaquetas devido ao mal funcionamento do fluxo sanguíneo, e pode ser potencialmente fatal.
Riscos para o Bebê
Restrição do Crescimento Fetal
- Por que? A diminuição do fluxo sanguíneo para a placenta pode fazer com que o bebê não receba nutrientes e oxigênio em quantidade adequadas, resultando em baixo crescimento;
Parto Prematuro
- Por que? As complicações causadas pela pré-eclâmpsia podem exigir a indução do parto prematuramente para evitar riscos maiores.
Problemas Respiratórios
- Por que? O parto prematuro pode aumentar o risco de problemas respiratórios para o bebê, podendo exigir cuidados intensivos neonatais após o parto.
Prevenção e Tratamento da Pré-Eclâmpsia na Gravidez
Embora não seja totalmente evitável, uma dieta saudável, controle de peso adequado antes e durante a gravidez, e cuidado pré-natal regular podem reduzir o risco de pré-eclâmpsia durante a gestação e contribuir, de modo geral, para a contenção de danos.
Realizar consultas pré-natais regulares é fundamental para monitorar a pressão arterial, a presença de proteína na urina e outros sinais da pré-eclâmpsia. Além disso, adotar um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada e exercícios leves, conforme aprovado pelo médico, também desempenha um papel importante para reduzir as chances de desenvolver a pré-eclâmpsia.
Tratamento da Pré-Eclâmpsia
O tratamento da pré-eclâmpsia envolve monitoramento constante dos sintomas para responder adequadamente aos riscos associados. Entre outras medidas, o seu médico poderá recomendar:
Ficar em repouso
Em casos menos graves, repouso pode ser recomendado para reduzir a pressão arterial e minimizar o estresse na mãe e no feto.
Medicação para Controle da Pressão Arterial
Se a pressão arterial estiver significativamente elevada, medicamentos anti-hipertensivos podem ser prescritos pelo médico.
Indução Antecipada do Parto
Em casos mais graves, especialmente quando há risco para a mãe ou o bebê, pode ser necessário induzir o parto, mesmo que seja prematuro.
Administração de Corticosteroides
Se o parto for antecipado, a administração de corticosteroides pode ser recomendada para melhorar a maturidade pulmonar do bebê.
Terapia Intensiva Neonatal
Em casos de parto prematuro, o bebê pode precisar de cuidados intensivos neonatais para lidar com possíveis complicações respiratórias ou outras.
É crucial lembrar que cada caso é único, e as decisões sobre o tratamento são feitas em consulta com a equipe médica, considerando a gravidade da condição, a idade gestacional e outros fatores específicos do seu caso.
É possível ter parto normal com pré-eclâmpsia?
Em alguns casos de pré-eclâmpsia leve, é possível ter um parto vaginal (normal). No entanto, em situações mais graves, onde há risco significativo para a mãe ou o bebê, pode ser necessário realizar uma cesariana para garantir um parto rápido e seguro. A decisão é tomada pela equipe médica, considerando o quadro da mãe, priorizando a saúde e bem-estar de ambos.
Cuidados pós-parto em caso de pré-eclâmpsia
Após o parto, o cuidado e monitoramento contínuo são essenciais para mães que tiveram pré-eclâmpsia durante a gestação. O acompanhamento médico pós-parto inclui verificações regulares da pressão arterial para garantir que ela esteja retornando aos níveis normais.
Além da monitorização da pressão arterial, é importante que a mulher esteja ciente de possíveis sinais persistentes de pré-eclâmpsia. Isso pode incluir dores de cabeça persistentes, inchaço significativo, visão turva, dor abdominal superior ou outros sintomas que ela tenha experimentado durante a gravidez. Se algum desses sinais persistir ou piorar, é crucial relatar imediatamente ao médico para avaliação adicional.
O cuidado pós-parto também pode envolver exames de sangue para garantir que a função hepática e renal esteja voltando ao normal.
O suporte emocional também desempenha um papel vital na saúde mental materna, pois a experiência da pré-eclâmpsia pode ser desafiadora tanto fisicamente quanto emocionalmente. Conversar abertamente com profissionais de saúde sobre quaisquer preocupações ou sentimentos é fundamental para garantir uma recuperação completa e o bem-estar contínuo da mãe.
Por isso, não hesite em falar com sua doula pós-parto, seu médico ou parteira, bem como falar abertamente sobre seus sentimentos e receios com seu companheiro!