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Todos sabem da importância do cordão umbilical para o desenvolvimento do bebê, mas ainda existem muitas dúvidas e mitos em volta do cordão. Desde as circulares de cordão ao mito do cordão assassino até os cuidados no pós-parto com o coto umbilical, tire todas as suas dúvidas neste artigo completo sobre o cordão umbilical!

cordão umbilical bebê na barriga

O que é o cordão umbilical e qual a sua função?

O cordão umbilical é como um cordão tubular que liga o feto à placenta. Ele é formado por uma veia e duas artérias e é preenchido com um fluido gelatinoso chamado Geleia de Wharton.

 

É através do cordão que o bebê recebe oxigênio e nutrientes do sangue da mãe, além de hormônios que ajudam no desenvolvimento e ajudam a “limpar” os resíduos do sangue do bebê. A função do cordão umbilical, contudo, não pára por aí: o cordão também ajuda a regular a temperatura e a pressão sanguínea do bebê dentro do útero. Quando cortado, após o nascimento, o cordão deixa uma marquinha para trás: é o umbigo.

Circular de Cordão e o mito do "cordão assassino"

circular de cordao

É muito comum ouvir falar que o bebê está com “circular de cordão” após uma ultrassom. Como essa condição raramente é explicada às mulheres, e também adicionando o fator medo e falta de conhecimento sobre os processos de parto, muitas acabam sendo convencidas a fazer uma cesárea, mesmo tendo uma gravidez saudável e querendo um parto normal, com medo da “circular de cordão”.

 

A “circular de cordão” nada mais é que a expressão utilizada para descrever que o bebê está com o cordão enrolado no pescoço. Dito assim, pode parecer uma coisa perigosa e assustadora. A pergunta que vem logo à cabeça é: mas isso não pode acabar por enforcar o bebê? E não vai asfixiá-lo no momento do expulsivo no parto?

 

Por isso, é muito importante saber algumas coisas:

 

O cordão enrola e desenrola muitas vezes ao longo da gravidez

É isso mesmo! Especialmente nos primeiros sete meses, quando o bebê ainda tem bastante espaço na barriga para se esticar e treinar os movimentos, o cordão pode se enrolar e desenrolar muitas e muitas vezes. De fato, é muito provável que você consiga ver o bebê interagindo e mexendo com o cordão umbilical dentro do útero nas imagens e vídeos da ultrassom.

 

Ou seja, pode ser que seu bebê apareça com uma circular de cordão em uma ultrassom e em outra, feita mais tarde, já esteja sem. A circular, por si só, não apresenta risco ao bebê, visto que o cordão é feito de um tecido mole e preenchido com um fluido gelatinoso.

 

Circular de cordão não é indicação real de cesárea

Muitos bebês nascem não só com uma, mas várias circulares de cordão. Sendo uma ocorrência muito comum e sendo o cordão gelatinoso e bastante comprido (cerca de 60cm, podendo variar para mais ou menos de caso para caso), a circular de cordão em si não é indicação de cesárea.

 

Na maioria dos casos, a circular de cordão não afeta em absolutamente nada no parto e na saúde do bebê, e pode tanto se desenrolar durante o parto, como pode ser desenrolado manualmente após o parto. Por exemplo, aqui no Vila Materna tem um relato de parto da chegada do Pedro, que nasceu em casa e com três circulares de cordão!

 

Sobre isso, recomendo a leitura do artigo “A falácia da circular de cordão“, escrito pela Dra. PhD em Ginecologia e Epidemiologia Melania Amorim.

 

Entretanto, há casos incomuns em que o cordão é mais curto que o normal e, nesse caso, se estiver muito enrolado e não tiver comprimento suficiente, pode impedir que o bebê desça mais pelo canal de parto, tornando-se então necessária fazer uma cesárea para remover o bebê de forma segura e evitar o risco de privação de oxigênio.

 

O comprimento do cordão umbilical pode ser identificado ainda na ultrassom e, portanto, esse não é um cenário emergencial de última hora, mas sim um que pode ser previsto e planejado em segurança.

Clampeamento do cordão umbilical

O clampeamento do cordão é o procedimento de cortar o cordão umbilical e ‘clampear’, ou seja, fechar, utilizando uma espécie de “pregador” chamado Poliacetal (POM). O cordão deve ser clampeado após o corte para evitar hemorragia e infecção, afinal, como dissemos no início do artigo, o cordão possui duas veias e uma artéria e é por onde flui o sangue da mãe e do bebê.

 

Durante muito tempo, a prática médica adotada era a de cortar o cordão logo no minuto imediatamente após o nascimento do bebê. Essa prática, contudo, já não é mais recomendada. Após estudos científicos comprovarem os benefícios do corte tardio do cordão umbilical, a nova recomendação médica e também por parte da Organização Mundial de Saúde é que deve-se esperar até o cordão parar de pulsar para poder cortá-lo.

Benefícios do Corte Tardio do Cordão Umbilical

Vale a pena esperar o cordão umbilical parar de pulsar para finalmente o cortar,  pois os benefícios desse clampeamento tardio são muitos. Não apenas porque o bebê receberá todo o sangue que ainda flui da placenta pelo cordão, como também porque receberá mais células-troncos, que são essenciais para a proteção do bebê.

 

Alguns dos maiores benefícios do corte tardio do cordão umbilical são:

 

  • Permite que o bebê receba mais oxigênio e nutrientes da placenta;
  • Ajuda a estabilizar a pressão sanguínea e a temperatura do bebê;
  • Reduz o risco de anemia e problemas respiratórios;
  • Estimula o sistema imunológico do bebê e protege de doenças e infecções;

Quem pode cortar o cordão umbilical no momento do parto?

Por pedido da mãe ou caso esteja no seu plano de parto, a equipe médica que assiste o seu parto pode permitir que a mãe, o pai ou outro acompanhante corte o cordão umbilical no momento do parto. Caso nada seja dito, o mais provável é que o médico ou médica faça o clampeamento, visto que é parte dos procedimentos de rotina.

 

O mais importante é que o corte do cordão seja feito da maneira correta e com segurança, utilizando uma ferramenta esterilizada (nos hospitais e maternidades, normalmente essa ferramenta é uma pinça específica) e, depois do corte, que seja devidamente clampeado com o Poliacetal. Isso é de extrema importância para evitar potenciais infecções, afinal, após o corte o bebê fica com um ponto do seu corpo “exposto” para as bactérias e outros organismos invasores indesejados.

 

Depois de ser cortado o cordão, é importante pousar o bebê sobre o peito ou abdômen da mãe imediatamente para o contato pele-a-pele. Isso ajuda a regular a temperatura corporal e os batimentos cardíacos do bebê.

Como cuidar do coto umbilical do bebê

Após o corte do cordão, o coto umbilical fica ainda na barriga do bbê e pode levar até 7 dias para cair. É assim que, depois, será formado o umbiguinho do bebê. Entretanto, enquanto o coto umbilical não cai, é preciso ter alguns cuidados para manter a área limpa e seca e, assim, assegurar a saúde do bebê sem expô-lo a riscos de infecção.

 

Como cuidar do coto umbilical do recém-nascido

  1. Antes de começar, lave bem as suas mãos e unhas;
  2. Molhe um algodão ou cotonete em água morna e álcool 70%;
  3. Passe o algodão diretamente no coto umbilical e na área em volta, fazendo movimentos suaves e circulares;
  4. Seque com um pano limpo macio, como uma fralda de tecido;

 

O QUE DEVE EVITAR

  1. Evite molhar o toco na banheira ou na piscina;
  2. Não aplique hidratantes, loções ou outros produtos do tipo;
  3. Não puxe o coto umbilical nem tente removê-lo manualmente; 
  1. Se notar sangue, inchaço ou secreção, contate seu pediatra;
  2. Mantenha o coto afastado de animais de estimação e outros animais.
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