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Com a maior consciência sobre os benefícios do aleitamento materno, as mulheres buscam cada vez mais exercer o seu direito de amamentar, mesmo que, para fazê-lo, precisem de ajuda. É aqui que as Consultoras de Aleitamento Materno (CAM) surgem como novas aliadas.

 

Sumário

consultora de aleitamento materno CAM

Amamentar: natural, mas nem sempre fácil

“Nos primeiros 4 dias consegui amamentar, ainda estava saindo colostro, mas meu peito começou a rachar e doer demais. Não aguentava de dor. Até amamentei chorando, mas chegou a um ponto que não dava mais.”, conta uma puérpera em um grupo de mães. A verdade é que, por diferentes motivos, essa é a história de muitas mulheres.

 

São muitos os motivos que levam mães a não amamentarem e, ao contrário do que diz o mito da “mãe egoísta” que deixa de amamentar para não “ficar com peitos caídos”, raramente o motivo é voluntário. Alguns dos motivos que levam recém-mães a recorrem ao leite artificial, seja como um complemento ou como substituto absoluto do leite materno, são: dificuldades na pega, falta de apoio e/ou assistência, bico do seio invertido e dores pós-parto (principalmente em caso de cesárea, com desconfortos na região do abdômem).

leite moca para bebes leite materno 1949
Créditos: Propagandas Históricas

Entretanto, uma questão não menos importante é a falta de exemplos. Afinal, a luta pelo direito à informação e o direito a poder amamentar é bastante recente na sociedade. Basta lembrarmos que, em 1949, era completamente legal que uma marca de Leite Condensado fazer propaganda recomendando às mães que alimentassem seus bebês com leite condensado como uma espécie de “complemento”.

Hoje, essa propaganda certamente causaria ultraje, o que mostra que houve uma evolução significativa na consciência sobre a importância da amamentação e a responsabilidade social das empresas e do Estado sobre o tema.

 

As propagandas atuais são mais discretas, mas não menos agressivas. Essa influência negativa da indústria das fórmulas, bicos e mamadeiras não passou sem resistência, mas também deixou suas marcas.

 

No Brasil, menos de metade dos bebês recebe amamentação exclusiva (ou seja, sem complementos, apenas leite materno) até os 6 meses de vida, como recomenda a OMS. Esse é um índice baixo se compararmos com os países mais desenvolvidos, mas é um crescimento astronômico se compararmos ao Brasil dos anos 80, onde apenas 2,9% das crianças de até 6 meses eram amamentadas em exclusivo (fonte).

 

Ou seja, desde os anos 80, houve uma maior movimentação para conscientizar a sociedade em geral, para pressionar o Estado e para fiscalizar as instituições médicas de modo a promover o aleitamento materno. E também é na década de 80 que surgem as primeiras Consultoras de Aleitamento Materno (CAM), com a criação do IBLCE, o Conselho Internacional de Avaliação de Consultores em Lactação.

Quem são as Consultoras de Aleitamento?

Consultoras de Amamentação, também conhecidas como CAM (sigla para “Consultoras de Aleitamento Materno”), são profissionais treinadas que ajudam mães e bebês a superarem juntos os desafios da amamentação. Sua atuação abrange desde a orientação para a pega correta até a prática clínica para estimular a relactação para mães que, por algum motivo, deixaram de ter leite.

 

Em 1985, foi realizado o primeiro exame para certificar a primeira leva de Consultores e Consultoras de Aleitamento Materno, orientado pelo órgão internacional independente chamado IBLCE. Desde então, e visto que o IBLCE até hoje só está em um número restrito de países, muitas outras organizações surgiram (como a La Leche League International) e outras instituições passaram também a oferecer esse treinamento, visando capacitar o máximo de profissionais possíveis que pudessem auxiliar as lactantes.

O que faz uma Consultora de Aleitamento Materno?

Consultoras de lactação dão orientação e assistência às lactantes, ajudando-as a entender cada parte da amamentação e como funciona, incluindo como fazer a pega correta, o que fazer se sentir dor durante a amamentação, como lidar com infecções e irritações da mama e do peito, como aumentar a produção de leite e até mesmo como voltar a lactar.

 

Algumas situações onde as Consultoras de Amamentação entram em cena:

 

  • Pouca produção de leite materno;
  • Dor nos seios e mamilos doloridos/feridos;
  • Problemas de pega;
  • Posições para amamentar (importante para mães que amamentam mais de uma criança)
  • Bebê que “recusa” a pegar o peito;
  • Problemas para ordenhar leite materno
  • Bebê com problemas de regurgitamento na amamentação;
  • Relactação (quando a mãe deixa de produzir leite e quer voltar a produzir);

Quem pode ser Consultora de Amamentação?

As pessoas interessadas em se tornarem Consultoras de Aleitamento Materno devem realizar um curso específico com mínimo de 45h de formação e obterem um certificado credenciado para poderem começar a atender como Facilitadora e Consultora de Aleitamento Materno. Após passar pela formação e adquirir a carga de atividades exigidas para a avaliação do IBLCE, a CAM poderá fazer o exame para se tornar uma Consultora Internacional.

 

É muito comum que a maioria das Consultoras de Amamentação sejam enfermeiras, médicas, técnicas de enfermagem, doulas ou outras profissionais da área de saúde. Todavia, não é necessário ser uma profissional de saúde nem ter diploma de ensino superior para ser CAM. Se, futuramente, a CAM quiser ser uma consultora certificada pela IBLCE, basta cumprir os requisitos e fazer a avaliação.

Como se tornar uma Consultora Internacional de Aleitamento Materno?

Segundo documento da Sociedade Brasileira de Pediatria e do IBLCE, podem fazer o exame quaisquer pessoas com ou sem diploma de ensino superior na área da saúde desde quem tenham no mínimo 45h de educação específica em aleitamento materno e:

 

  • Mínimo de 900 horas de atividades práticas especificamente em aleitamento materno (para Médicos);
  • Mínimo de 2500 horas de atividades práticas especificamente em aleitamento materno (outros profissionais de saúde com curso superior)
  • Mínimo de 4000 horas de atividades práticas especificamente em aleitamento materno (profissionais de saúde sem curso superior)

 

Contudo, a certificação não é obrigatória para atender como CAM. Ela é uma credencial adicional e permite à consultora atender internacionalmente, mesmo que sua formação inicial tenha sido, por exemplo, no Brasil.

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