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Conhecer as fases do trabalho de parto é crucial para dar mais controle e autonomia à mulher no momento do parto. Veja como acontece o parto fase a fase!

 

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Doula massageando uma mulher em trabalho de parto

 

Falar em “fases do parto” pode soar estranho para muitas mulheres. A verdade é que, infelizmente, ainda passamos boa parte das nossas vidas ignorantes sobre o parto. Até mesmo aquelas de nós que já passaram por um ou que têm contato com mulheres que tiveram os mais diferentes tipos de parto.

 

Como doula, gosto de lembrar às gestantes que medo do parto não é exatamente medo do parto. É medo daquilo que imaginamos que seja o parto. Ou seja, na maior parte das vezes o nosso medo é só a projeção de coisas que ouvimos falar, de coisas que assistimos (e, sejamos sinceras, o parto nos filmes e novelas nunca é bonito!), isto é: o medo é, na verdade, tudo aquilo que não sabemos sobre o parto.

 

Veja abaixo quais são as quatro fases do parto e como reconhecê-las!

contração de treinamento gravida em trabalho de parto
Mulher grávida com contração

 

Primeira fase do parto: Dilatação

A primeira fase do parto geralmente é a mais longa de todo o trabalho de parto. Para primigestas, ou seja, mulheres que estão grávidas pela primeira vez, é normal que a fase da dilatação dure entre em média 12h, podendo se estender por muito mais (meu primeiro parto durou 20h do momento da rutura da bolsa até o início do expulsivo, por exemplo). Nessa fase, você terá contrações que farão dilatar o colo do útero. Esta fase é dividida em três momentos.

 

Fase Latente

Você provavelmente vai passar a fase latente do trabalho de parto se perguntando se está mesmo em trabalho de parto ou com dor de barriga. Isso porque são as contrações (também chamadas contrações de treinamento ou pródromos) são geralmente muito leves e não ritmadas.

 

Ou seja, você pode sentir uma contração a cada 20 minutos ou mais no início, às vezes elas se aproximam e até chega a ter uma a cada cinco minutos. Mas não há consistência e os tempos entre contrações podem variar.

 

O melhor a fazer nessa fase é… seguir a vida normalmente. Se perceber que está em fase latente no meio da noite, volte para a cama e continue a dormir, se conseguir. A maioria das mulheres não se sente desconfortável nessa etapa, sendo que boa parte delas muitas vezes nem percebem que estão com contrações.

 

Ainda é cedo para ir para o hospital, por isso: relaxe, coma, beba, faça compras e aproveite para arrumar a mala da maternidade, notificar a sua doula ou decorar a casa (se for ter um parto domiciliar).

 

Trabalho de Parto Ativo

A fase ativa do trabalho de parto é quando as contrações começam a ficar consistentes e ritmadas. As contrações geralmente acontecem a cada cinco minutos e duram, em média, até 60 segundos. Elas também começarão a incomodar mais, parecendo mais cólica menstrual chata do que vontade de ir ao banheiro (como acontece na fase latente).

 

A diferença da fase ativa para a fase latente é que a fase ativa é progressiva. Ou seja, uma vez que as contrações peguem ritmo e consistência, os intervalos entre contrações tendem a diminuir ao longo do tempo e as contrações ficarão mais intensas gradualmente. Por isso, a fase latente geralmente é chamada (erroneamente) de “falso trabalho de parto“.

 

Contudo, é bom lembrar que, mesmo que elas comecem a ficar mais intensas e serem mais regulares, você ainda tem intervalos entre contrações. Aproveite para relaxar, petiscar, beber água e avise a sua equipe de parto sobre a situação.

 

Se você quer ter um parto natural hospitalar sem intervenção medicamentosa, aguarde que as contrações fiquem mais próximas (a cada 3min ou menos) para ir para o hospital. Embora haja exceções, geralmente demora algumas horas para as contrações irem de “5 em 5 minutos” para “2 em 2 minutos”.

 

Movimentar-se e relaxar são as chaves para um bom trabalho de parto ativo! Use o chuveiro quente quando as contrações doerem mais ou mude de posições, agachando sempre que vier uma contração. É hora de chamar a sua doula para ajudar com as técnicas de alívio da dor!



Etapa de Transição

Esta é uma das partes mais curtas do trabalho de parto, mas definitivamente uma das mais difíceis. Suas contrações podem ter dois ou três minutos de intervalo, podendo durar até um minuto e meio. É quando as contrações estão mais intensas e algumas mulheres podem até vomitar (não se assuste, é comum!).

 

Se a fase ativa tiver sido muito demorada, é possível que você sinta vontade de desistir, pedir analgesia ou cesárea. Mas lembre-se que esta etapa geralmente não dura mais do que uma hora ou duas e você já está muito perto do seu objetivo!

 

O apoio do(a) acompanhante do parto e da doula é crucial aqui. Devem incentivar a gestante e lembrá-la de que ela está indo bem, ajudá-la a encontrar uma posição confortável, usar panos frescos para limpar e arrefecer seu rosto e oferecer água para que ela se mantenha hidratada entre as contrações.

 

A fase de transição é quando a gente entende porque chama trabalho de parto e não passeio de parto. É trabalho duro, senhoras e senhores! Ao fim da fase de transição, você estará completamente dilatada!

 

É comum que algumas mulheres tenham uma pequena pausa sem contrações depois de de atingirem a dilatação completa e não sentirão os puxos do expulsivo imediatamente. Considere uma pausa merecida pelo trabalho árduo!

 

doula de parto natural
Clique para ler o relato de parto natural hospitalar da Evilyn. Foto por Elis Freitas Fotografias.

Segunda fase do parto: Expulsivo

O período expulsivo é a fase em que o corpo começa a expulsar o bebê, daí o nome. Você sentirá seu corpo fazer força mesmo sem você mandar, involuntariamente. Essa fase pode durar três ou mais horas, mas para muitas mulheres acabará dentro de uma hora.

 

A posição de parto pode influenciar grandemente na duração do expulsivo. Em geral, posições verticalizadas são mais favoráveis e ajudam a ter um expulsivo mais rápido, uma vez que a gravidade estará a seu favor. Alguns exemplos de posições verticalizadas são: sentada no banco de parto, de cócoras, de joelhos ou mesmo em pé.

 

Outras coisas que podem influenciar a duração do expulsivo é a posição do bebê, utilização de medicamentos e, em especial, se a mulher se sente bem e confortável ou não.

 

“Devo fazer força para empurrar o bebê?” é com certeza a pergunta mais comum aqui. E a resposta é: não. Via de regra, você não deve voluntariamente fazer força para empurrar. Seu corpo fará sozinho. Se você fizer demasiada força, o risco de laceração será maior.

 

Terceira fase do parto: Dequitação da Placenta

Parabéns, você passou pelo primeiro parto e seu bebê já nasceu! Agora vem o segundo parto: o parto da placenta. Estranho? Pode crer. Mas mesmo depois de já estar com o bebê nos braços, é provável que você sinta novamente aquela vontade de empurrar. É a placenta querendo sair!

 

A boa notícia é que a placenta não tem ossos (eu ouvi um amém??) e, por isso, é muito mais fácil de por para fora relativamente ao bebê. Amamentar seu bebê na primeira hora após o parto (a chamada “hora dourada”) ajudará o útero a contrair e expelir a placenta. Na maioria dos casos, a dequitação da placenta ocorre dentro de uma hora após o nascimento, geralmente dentro de poucos minutos.

 

E se quiser algumas ideias de recordação do seu parto, veja aqui algumas sugestões sobre o que fazer com a placenta após o parto ou veja como fazer carimbo de placenta!

 

Quarta fase do parto: Recuperação e Pós-parto

O pós-parto pode ser mais difícil que uma semana de contrações de fase ativa e, sim, é considerado uma parte do trabalho de parto. Isso porque o seu corpo ainda terá de passar por muitas mudanças depois do nascimento do bebê: os órgãos voltarão para o lugar, o útero voltará ao seu tamanho habitual, os seios terão de produzir o colostro e, por fim, o leite. A bomba de hormônios descarregada no parto também tem a sua parte aqui.

 

Lentamente, seu corpo se tornará mais parecido com seu eu pré-gravidez, mas não exatamente o mesmo. Não se sinta pressionada nem se cobre a ser igual à mulher que você era antes de ter um filho: você realmente não é mais a mesma. E isso não é algo ruim. Você pariu uma criança, um ser humano! É claro que, como as borboletas, você se transformou nessa jornada.

 

Não tenha medo de pedir ajuda no pós-parto: nós precisamos e merecemos. Não temos que fazer tudo sozinhas, especialmente quando nosso corpo ainda está se recuperando. Peça que alguém segure o bebê enquanto você toma um banho ou que olhe por ele para que você consiga comer relaxadamente ou mesmo para dormir mais um pouco.

 

Aqui na Vila, não somos adeptas do Quem pariu Mateus que balance”. Somos mais do “é preciso uma vila para criar uma criança”. Aproveite o seu parto, viva o pós-parto com todas as suas delícias e contradições e tenha a mente aberta para a outra mulher que você se tornou!

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